diário de leitura: julho 2015

Antes tarde do que nunca, aí vai o resumo das minhas leituras de julho.

O Outro Pé da Sereia - Mia Couto  The Picture of Dorian Gray - Oscar Wilde  A Arte da Guerra - Sun TzuA Metamorfose - Kafka  lolita - Vladimir Nabokov

Assim como no mês passado, começo com uma roubadinha, porque no dia 2 eu só terminei de ler Lolita, que na verdade foi mesmo lido no decorrer de junho. Mas as minhas datas aqui são marcadas pelas finalizações. Enfim, Lolita foi uma leitura que começou meio sem entusiasmo, mas que aos poucos despertou meu interesse até que eu não podia mais largá-lo. Aí veio a segunda parte, e alguns capítulos ficaram meio chatos, repetitivos pra mim. Não o suficiente pra diminuir o interesse por permanecer lendo, claro. ★★★★

No dia 4 eu terminei A Metamorfose, que é curtíssimo e uma leitura mega tranquila. Eu sabia previamente do que se tratava e mesmo assim fiquei surpresa com o desenvolvimento da trama. É um livro que me causou estranhamento o tempo inteiro, ao mesmo tempo em que nunca deixei de achar graça da criatividade da temática. Definitivamente vale a leitura: é um clássico, é curtinho e continua fresco. ★★★★

No dia 10 eu terminei A Arte da Guerra, outro livro magrinho e rápido. Uma leitura que não me impressionou em nada e me pareceu bastante óbvia. São 13 capítulos com ensinamentos sobre táticas de guerra, basicamente. Parece que já foram feitos vários “manuais” para atividades digamos mais cotidianas da vida baseados nesse livro, o que é meio irônico de se pensar. Nada demais, não mudou a minha vida, mas foi escrito milhares de anos atrás, talvez valha pela curiosidade. ★★

No dia 14 eu terminei The Picture of Dorian Gray, minha primeira leitura digital da vida. Com ele eu descobri as maravilhas de roubar a conta do Kindle da minha mãe e baixar tudo o que a Amazon oferece gratuitamente. Ainda preciso de um tempo pra me habituar à nova opção (que jamais substituirá de todo a leitura de um livro físico, eu acho). Mas a economia de papel, de peso na bolsa e também financeira são pontos fortíssimos a favor. Os clássicos de domínio público, todos a disposição: uma coisa linda! Fica o aviso de que a partir deste momento várias capinhas de domínio público do Kindle aparecerão entre as minhas leituras concluídas de agora em diante.

Mas, ah, sobre a leitura:

Oscar Wilde é um mestre na criação de frases de efeito. Já o conhecia por seus contos, que acho fantásticos, mas no romance achei um pouco enfadonho esse excesso de frases feitas, que podem soar um pouco como um sermão e que por vezes me pareciam forçadas na boca de uma personagem. O longo capítulo de transição de tempo, no qual o narrador descreve tudo o que foi de interesse do Dorian Gray ao longo dos anos, apesar de uma saída bastante esperta como sensação de passagem de tempo, foi bem desinteressante pro meu gosto. Fora isso, as personagens são divertidas e completamente irônicas – bem do jeito que eu gosto – e o plot da história (que imagino, todos já conhecem de tantas referências) é sensacional. ★★★★

E aí, até então, eu tinha dado um tempo com a minha missão do Desafio Livrada. Voltei a ela concluindo, no dia 26, O Outro Pé da Sereia. Esse romance do moçambicano Mia Couto entrou na minha lista para cumprir a categoria “romance africano”, que é uma total novidade pra mim. Agradeço mil vezes por estar sendo conduzida a ler o que normalmente eu não leria graças a esse desafio literário. Consegui finalmente ler (e amar) Cem Anos de Solidão e essa foi sem dúvida outra bela surpresa. Nunca havia lido nada parecido, a narrativa fantástica desse livro é muito crua ao mesmo tempo muito poética, atemporal ao mesmo tempo que muito bem fixada no tempo. Não sei explicar esse fascínio que me provocou, mas certamente foi a melhor leitura do mês. ★★★★★

 

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